Após quatro adiamentos, monotrilho entre aeroporto em Guarulhos e CPTM segue sem previsão de entrega
08/10/2025
(Foto: Reprodução) Anac solicita medidas contra a GRU Airport após adiamentos na entrega do monotrilho do aeroporto em Guarulhos
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) realizou uma nova vistoria no monotrilho que deve ligar o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, à Linha 13-Jade da CPTM. Mesmo após quatro adiamentos, o projeto segue sem previsão de entrega e ainda apresenta falhas consideradas graves pelos técnicos da agência.
Segundo o relatório preliminar da Anac, elaborado após a visita técnica na última quarta-feira (1º), os sistemas de automação, controle e operação do trem não estão concluídos, o que impede a liberação para funcionamento.
A entrega inicial estava prevista para fevereiro de 2024, mas o cronograma já acumula mais de um ano e meio de atraso.
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Enquanto isso, quem desembarca na Estação Aeroporto-Guarulhos, da CPTM, continua dependente de ônibus para chegar aos terminais do aeroporto. Os veículos, que deveriam funcionar apenas de forma provisória, operam desde 2018, quando a estação foi inaugurada.
➡️ O transporte está previsto no contrato de concessão do Aeroporto de Guarulhos, o que significa que cabe à Anac fiscalizar sua implementação para saber se a operadora está cumprindo as obrigações contratuais.
A agência informou que estuda a aplicação de sanções em razão da demora na conclusão das obras e das pendências técnicas ainda não resolvidas. O órgão também deve cobrar um novo cronograma atualizado de entrega.
🔎 A GRU Aiport é responsável por construir e operar o monotrilho, mas o fornecimento dos veículos (composições) do transporte cabe ao consórcio AeroGRU.
Procurada, a GRU Airport não se manifestou até a última atualização desta reportagem.
1ª composição do "people mover" entregue no Aeroporto Internacional de SP, em Guarulhos
Divulgação/Governo Federal
'People Mover'
Anunciado em 2019 pelo ex-governador João Doria, o monotrilho, também chamado de "People Mover", foi alvo de questionamentos pelo Tribunal de Contas da União (TCU) — que alegava falta de estudos para comprovar que o modal era a opção mais viável para ser implementada no aeroporto.
As obras foram paralisadas em setembro de 2021 e só puderam ser retomadas no ano seguinte, mediante a aprovação do TCU, após o governo de São Paulo sanar irregularidades apontadas em auditorias feitas pelo tribunal.
O sistema possui 2.700 metros de extensão, com três veículos projetados para acomodar 200 usuários cada.
A primeira composição do monotrilho foi entregue em Cumbica em março de 2024.